Maio é o mês das flores, das noivas, das mães e do meu aniversário.

          Tempo em que o meu coração parece um porta-jóias, transbordando pai, mãe, filha e todas as coisas lindas e valiosas que a vida me deu, ora tatuadas pra sempre na minha memória afetiva.

           Embora eu tenha a minha filha comigo, esses dias  são muito difíceis. É a época em que mais me lembro dos pais. E eles não estão mais aqui.

          Já estou preocupada com o final da semana que vem: sábado vai ser meu niver seguido pelo domingo das mães. Sei que minhas lembranças vão se mesclar à tristeza dessa realidade atual de medo, confinamento, desgoverno...

          Mas para não ser injusta com a felicidade de ainda estar viva, vou fingir que minha casa é um oásis no meio do deserto; preparar a mesa e confraternizar com minha menina.

          É bom ter um certo tempo de vida, porque somos mais resilientes e sabemos que tudo passa. Só não passa essa chama que mantém aceso o nosso desejo de tocar a vida em frente.

          Gratidão.