Grafomania
Não sei por qual motivo, sempre tive mania de escrever, desde menina. É uma coisa que eu preciso muito fazer.
Não consigo explicar como se dá esse fenômeno compulsivo. Sou acometida por uma profusão de frases, imagens, versos, melodias e sensações. Tudo vai brotando como se eu tivesse um manancial de escrivinhação na cabeça. De repente, encontro o contexto; daí nasce o texto, às vezes, triste, crítico, engraçado, erótico.
Sou grafômana. Não consigo resistir à tentação de compor e escrever. No ato da tecitura, chego a esquecer de mim, tal é o domínio do texto sobre essa quase escritora, essa louca escrivinhadora de estorinhas tolas - é o que vão dizer. Depois, quando leio, vem o constrangimento. Sei que corro riscos de críticas e posso até ser mal interpretada. E pra falar a verdade, já me dei muito mal por isso.
Devo confessar, no entanto, que muito do que transbordo, faz parte de mim, de verdade; mas há toda uma invenção de um "eu lírico"; também transgressão, muitos enfeites e figuras de linguagem que se traduzem em um exagero, que apesar de genuíno em meu âmago, eu não precisaria expor mesmo.
Mas aí... já foi, já escrevi... já cometi outro erro: publiquei! Fazer o quê? Uns bebem, outros batem, roubam, matam, publicam mentiras e bossalidades.
Eu escrevo.
Desculpa!
Cristina Ribeiro R
Enviado por Cristina Ribeiro R em 27/04/2025
Alterado em 27/04/2025