Lados de mim
Quando acordo
nem sei para que lado
de mim eu olho
Tenho um lado que dança
sem música
Um lado dionisíaco
sem sexo
sem vinho
Um que é psiconauta
nato
sem hipnose
sem drogas
Várias de mim cantam
ópera rock
escrevem
brincam de roda
riem
vomitam realidades
ingeridas a muque
e bebem sonhos
que lavam o espírito
Na vagina, o fantasma da solidão retirado à forceps
Nos olhos, a miragem da maçaneta
de uma porta
que nunca abriu
Sob os pés,
estrelas invisíveis a olho nú
No tempo:
a morte/o infinito
Cristina Ribeiro R
Enviado por Cristina Ribeiro R em 09/05/2025