Luto
Estou de luto
Enterrei um poeminha ordinário
e desobediente
Gramaticalmente insustentável
Nasceu em algum dia da semana
Morreu na cesta
Virou lixo
Fiz por ele o que pude
A culpa foi de um desses "eus-líricos"
que me habitam
Acometido de eros
imaginou uma conversa entre peles
e cego de amor
não demorou a chegar ao sistema em Braille
Mas não achou o caminho
Acometido de erros
destruiu um verbo
fraturou um verso
Que ele encontre a luz
Cristina Ribeiro R
Enviado por Cristina Ribeiro R em 23/05/2025
Alterado em 24/05/2025