Já está quase baixando a poeira sobre o ocorrido com a Ministra Marina Silva que gerou uma grande revolta em quase todos e, principalmente, todas nós. Ontem, à noite, ainda consegui me indignar com algumas postagens de pessoas que consideram um exagero tudo o que houve. Segundo elas, foi muito barulho por alguém que já fez isso e aquilo na política  - como se algum deslize fosse o suficiente para diminuir a importância dessa gigante em nosso país.

          Ora, isso não interessa! A discussão é sobre o tratamento diferenciado que a ministra recebeu naquela audiência. O fato ocorreu apenas por ela ser uma mulher. O machismo foi tanto que não conseguiram ver a Ministra. Fosse um homem, não teria essa história de "se pôr em seu lugar"; e o abusado disse exatamente "se põe em TEU lugar" - graças ao professor João Cezar, eu pude ver isso.

           Mas, breve, tudo voltará ao normal, até outra mulher de destaque ser envolvida em mais uma cena de  violência e injustiça por aí, nos patamares mais elevados da nossa pirâmide social. Porém, o desrespeito à nós ocorre todo dia e, geralmente, não move opiniões; às vezes, até mesmo algumas mulheres criticam aquela que gerou uma manifestação machista por alguma atitude.

          E vamos indo, a passos de formiga. Sempre na vitrine, sempre à disposição, esperando... esperando... ocupando o nosso "lugar", sempre o segundo lugar.

          Com o papo laudatório de sempre, que tanto mima as deslumbradas, a sociedade machista vai nos mantendo presas às molduras engessadas dos ideais de comportamento e de beleza.

          Tô nem aí e ainda digo a frase incrível do Tom Zé:

          "Vai tomar na consciência!"